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Aprender sobre dinheiro é caminho para atravessar crises e realizar sonhos

A pandemia da covid-19 provou para as pessoas que muitos imprevistos e até o impossível podem acontecer, a qualquer momento. Acontecimentos que há dois anos eram inimagináveis, como o fechamento total dos comércios e dos shoppings centers, ocorreram. Neste sentido, a pandemia mostrou a necessidade e a urgência da construção de um “colchão financeiro”, a fim de ter uma segurança financeira que permita que as famílias consigam lidar com o inesperado.

Por exemplo, se surgisse um incidente hoje, um problema no carro ou na sua geladeira, você teria R$ 1.000 ou R$ 2.000 disponíveis para essas emergências? Se a resposta para essa pergunta for ‘não’, significa que há um risco muito grande de endividamento. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada em abril deste ano, o percentual de famílias endividadas em março atingiu 67,3%, o segundo maior patamar dos últimos 11 anos.

Um dos agravantes para essa situação é a realidade atual do país, com mais de 14 milhões de desempregados, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados em abril, além das pessoas consideradas desalentados, que são aquelas que desistiram de procurar emprego. Outro fator é o salário mínimo, que gira em torno de R$ 1.100, valor que não é suficiente para custear alimentação, moradia e transporte – e são justamente esses gastos que vêm sofrendo altas de preços constantes durante a pandemia. Com isso, muitos brasileiros não têm dinheiro para investir ou reservar para uma futura emergência, e acabam se endividando.

Nesse momento, há também o aumento de inúmeras ofertas de “ganhe dinheiro fácil”, de investimentos rápidos e “golpes” que prometem a muitas pessoas a conquista da educação financeira. Porém, essa educação vai muito além de investir no mercado financeiro ou Bolsas de Valores. Ela pode ajudar a gerir e planejar recursos para garantir qualidade de vida e melhores condições para as próximas gerações, realizar sonhos e a passar por momentos difíceis, como a pandemia, tendo o mínimo para viver.

Para isso, é preciso criar uma reserva de emergência. Calcule o seu custo básico de vida, incluindo moradia, alimentação, saúde e transporte. O ideal é que você guarde pelo menos seis vezes esse valor. Isso garante, no caso de desemprego, por exemplo, que a pessoa tenha seis meses de sobrevivência mínima garantidos. Além disso, para autônomos, o valor reservado deve ser maior ainda, já que normalmente há uma oscilação na renda e nas vendas bastante significativas.

Saber como economizar, gastar e gerir o próprio dinheiro são aprendizados adquiridos por meio da educação financeira. Com ela, é possível entender as melhores formas de fazer uma reserva de emergência, que seja melhor para você e esteja dentro da sua realidade, tendo consciência dos benefícios e riscos. Além do mais, esse processo proporciona segurança e é uma fonte de saúde mental, porque não importa o que aconteça, você sabe que terá recursos para utilizar em momentos inesperados ou em situações que contribuam para a sua qualidade de vida.

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